O ano ainda nem acabou mas as férias já chegaram. Aquelas tão sonhadas férias que quando começam não sabemos nem o que fazer primeiro porque tem tanta coisa para fazer e ao mesmo tempo queremos descansar e o corpo pedindo: "por favor, não faça nada, pelo menos por uns dias".
Um resumão ou um balanço geral do que foi nosso ano (pela minha visão):
Grá
Comecei o ano alegre e feliz porque no finalzinho de janeiro consegui um emprego depois de uma longa e dolorosa busca (dolorosa porque entreguei vários cvs e nada de emprego por fim me dei conta que aqui em Curitiba para conseguir uma vaga em escolas particulares somente por indicação. Então tá então, conhecendo pouquíssimas pessoas como conhecemos como iria conseguir algo? Por um milagre somente e acho que foi assim mesmo).
Passei por um deserto gigante, encontrei algumas serpentes, umas traíras e uns bichos preguiças pelo caminho; esses últimos são fogo, dá uma agonia. Resisti, firme e forte. Adoeci porque engoli mais do que poderia mas faz parte do jogo. Com tudo isso percebi o quanto quero estar onde sempre estive, o quanto sei e sou capaz e que não, não preciso me intimidar só porque não sou daqui.
Confesso que me sentir mais estrangeira aqui do quando morei todos aqueles anos fora do meu pais.
Terminou e ai o que aconteceu? Com tantas emoções e sentimentos no último dia comecei a espirrar e peguei uma gripe daqueles que estou me recuperando só agora; uma semana espirrando, tossindo, com a garganta arranhando e botando tudo o que precisava para fora.
Paulo
Foi um super companheiro como sempre. Assim como eu e o Nicolas ainda está em processo de adaptação, quer dizer estamos todos mas nem por isso jogou a toalha e pronto. Correu atrás e conseguiu. Trabalhou em um hotel por alguns meses, na época da Copa e se chocou tanto ou mais do que eu por ver tanta coisa errada, tanta coisa que poderia e deveria ser feita certa e não são. Estava trabalhando seis dias e folgando um, quase não nos víamos - teve semanas que nos vimos três dias - o Nicolas sentindo muita a falta dele. O melhor que fez foi sair e ficar com o Ni no período da tarde, cuidando de tudo em casa enquanto eu trabalhava já que tinha assumido o compromisso de uma sala e não queria abandonar no meio do caminho.
Não toca no assunto Londres nunca, não faz comentários e quando eu pergunto algo quase sempre responde de forma indiferente ou seja voltar talvez não tão cedo (ou nunca mais).
Nicolas
De setembro a dezembro do ano passado foram meses difíceis. A adaptação, a falta que sentiu do nosso apartamento antigo, da escola, dos amigos, dos parques, da bicicleta dele. Adoeceu. O Paulo chegou as coisas começaram a se assentar um pouco.
Fomos para a praia, comecei a trabalhar e as aulas dele começaram também. Ele sentiu muito minha ausência mesmo tendo a presença do Paulo constantemente, sempre fomos muito próximos.
Voltou a adoecer. Não estava nem um pouco motivado na escola. Sofreu agressões na escola, apanhou mesmo, duas vezes e ai eu escrevi pedindo um horário para conversarmos sobre e a situação foi resolvida.
Ele enfrentou de frente, bravamente.
Continuou adoecendo até agosto quando descobrimos que ele tem refluxo e se não tratássemos logo nem sei o que poderia acontecer para falar a verdade. Desde então ele está tomado um remédio para o estômago e com isso não ficou mais doente.
O segundo semestre foi mais tranquilo e quarta fomos para a última reunião do ano (e a segunda de quatro que eu consegui participar).
A professora só fez elogios a ele, disse que ele está ótimo, que é educado, escuta, se relaciona bem com todos, faz tudo o que ela pede, é criativo, organizado e muito inteligente; poderia acompanhar a terceira série tranquilamente.
Comentou ainda que ele é uma daquelas crianças que ela ainda vai ouvir falar muito bem dele, que é um menino de ouro entre outras coisas mais.
Saímos da escola super feliz e ele também; mesmo sabendo de várias coisas que ela disse é muito bom ter esse tipo de retorno. Nesse dia ele quis levar a câmera e tirou foto com todas as pessoas do convívio dele, todos sem exceção, foi agradecendo e desejando "feliz natal". Dessa fez eu não sugeri nada foi ele quem quis e assim fez.
Ainda estamos em adaptação e o que será o ano que vem... só Deus sabe.
* Preciso escrever sobre nossas vivências na escola pública daqui pois vejo boas práticas e encontramos com muitas pessoas com boa vontade, o que tem feito a diferença na vida de muitas crianças.
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