terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Quem sou eu?

E de repente passei mais de um ano sem conseguir escrever uma palavra por aqui.

Não me senti culpada mas senti falta.
E percebi que minha ausência aqui foi por causa da minha presença no Instagram.

Simples assim.

Agora que estou de férias me dei conta de uma coisa importante "não tenho nada registrado do ano de 2019, foi como se ele não tivesse existido" apesar de isso não ser verdade. 

2019 foi punk, intenso, me revirou quase ao avesso.

Demorei para ir para o Instagram. No início do aplicativo só era possível quem tinha uma Iphone. Eu odeio coisas exclusivas porque acho que são excludentes. Ou inclui ou não faz.

Eu sei, é chatice minha mas não consegui aderir.

Aliás com o whatsapp foi igual. Baixei o aplicativo porque meu irmão insistiu e argumentou "você é a única da família que não tem ainda";  e isso era 2013 quando a maioria das pessoas que eu conhecia já usava o aplicativo menos eu.

E estava tudo bem, eu mantinha conexão com as pessoas por email, telefonemas e mensagens no celular (SMS). Ainda hoje não vejo a necessidade de estar conectado 24 horas por dia, 7 dias da semana. 

Agora me dei conta que dá mesma forma que o Facebook está morrendo (ou morreu para alguns) o Instagram (IG) segue o mesmo caminho. O que será que acontecerá? Será que teremos um tempo para fazer uma cópia por garantia, será que poderemos guardar tudo, incluindo os comentários das fotos? Ou do nada tudo sumirá? Muitas dúvidas.

Estou no IG desde março de 2015 e já postei mais de mil fotos. 
Exagero? Talvez. Não sei.

Algumas fotos geram reflexões, outras são totalmente pessoais. Lá é um recorte do recorte da vida.
Não sei se aqui é diferente?

E não sei se faz algum sentido ainda voltar para cá?

Pensei em recomeçar a escrever me apresentando até porque a Graziela que começou esse blog em 2006 já não é mais a mesma da Graziela de 2020.

Meu Deus, quanto tempo!!! 

Então... acho que a crise dos 40 bateu forte também principalmente depois de janeiro de 2019 quando minha prima 3 anos mais velha do que eu faleceu.

Eu pensei "a próxima sou eu". Foi ali que eu entendi a sensação da minha avó quando meu avô faleceu. Ela é a pessoa mais velha da família agora e deve ter batido um desespero.

Elaborar esse luto também me consumiu por meses. Cresci com minha prima, eramos quase irmãs. Convivemos por 26 anos e um muito do que sou é graças a ela. Tem dias que ainda não parece real.

Passei de janeiro do ano passado até agora pensando "Quem sou eu?" depois daquela perda. 
A minha dor não chega perto da dor da minha tia, muito menos das minhas primas - filhas dela.
Mas a vida é isso... um desafio, o ir e vir, o nascer e o morrer. 

Então eu sou a Graziela, esse ano completo 43 anos em outubro. Sou mãe de um menino que está com 12 anos, sou professora de educação infantil, adoro ler livros, pular corda, sorvete de morango e se pudesse gostaria de ter um balanço perto de casa para eu ir balançar todos os dias. Tenho cabelos cacheados e adoro eles. Uso óculos de graus desde os 6 anos, graças a minha professora do Pré que descobriu que eu tenho miopia mas isso não me incomoda, me incomodou muito mais usar aparelho ortodôntico para consertar meus dentes. Foram longos 5 anos com aqueles ferrinhos na boca.

Adoraria falar mais de mim mas não sei. É difícil. Continuarei tentando. Como continuarei tentando escrever aqui semanalmente.

Prazer, essa sou eu pelo olhar do meu filho.
Outubro/ 2019
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