quinta-feira, 9 de abril de 2020

O mundo está diferente!

E de repente o mundo está diferente.

Diferente de tudo que conhecemos;
Diferente de tudo que vivemos até agora;
Diferente do que "achavamos" que era o correto.

Pela primeira vez na minha vida, estou vivendo em uma pandemia.

O mundo. 
Presta atenção: não é o Brasil, os Estados Unidos...ou a China lá longe. 

É o MUNDO. O PLANETA INTEIRO está vivendo uma pandemia.

Significa que de repente algo muito forte afeta milhares de milhões de pessoas.

Muitas adoecem, centenas morrem. Tudo é muito novo.

O vírus já era conhecido mas nunca fez o que está fazendo.

Além de tudo gera MEDO, ANGUSTIA, INCERTEZAS.

Gera também BRIGAS, ROUBOS e de repente escancara algo que sempre existiu no mundo mas poucas pessoas queriam e querem olhar: a DESIGUALDADE.

Como dar conta disso tudo? 

É tudo muito intenso que chega a faltar o AR, Sufoca, causa tosse, insônia e medo. Eu já disse medo.

Não existe mais grupo de RISCO, todos corremos RISCOS, muitos.

Tudo começou em dezembro mas não acreditamos que chegaria até nós mas chegou.

Meu filho está em casa desde o dia 17 de março. A principio voltaríamos para a escola dia 13, após a Páscoa. Não voltaremos mais nesta data. Talvez somente dia 04 de maio, se tudo estiver mais calmo até lá. Não dá nem para falar de "tudo mais normal".

Acho que nunca mais voltaremos ao normal. O que era o normal?

Me preocupo com a saúde mental dele. Preso dentro de um apartamento pequeno, sem quintal, só nós. 
Provavelmente estou sendo egoísta porque "pelo menos temos um lugar para morar". Eu sei. Porém me dói dá mesma forma.

O que tudo isso vai nos ensinar? Não sei.
Iremos mudar? Não sei mas gostaria muito que cada um colocasse a mão na consciência e repensasse suas ações. 

Agora é hora de pensar no COLETIVO (no todo) e não somente no EU (indivíduo).

Tenho medo mas tenho esperança, não sei explicar só sei que no meio disso tudo, consegui voltar aqui.

E você como está?

Continuo postando no Instagram, quem quiser pode me acompanhar por lá  https://www.instagram.com/gra_flower/ (demorei para aderir e quando fui em 2015 já existia o perfil graflor, aí perdi. faz parte da vida e tive que usar uma palavra em inglês para representar meu sobre nome.)

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Quem sou eu?

E de repente passei mais de um ano sem conseguir escrever uma palavra por aqui.

Não me senti culpada mas senti falta.
E percebi que minha ausência aqui foi por causa da minha presença no Instagram.

Simples assim.

Agora que estou de férias me dei conta de uma coisa importante "não tenho nada registrado do ano de 2019, foi como se ele não tivesse existido" apesar de isso não ser verdade. 

2019 foi punk, intenso, me revirou quase ao avesso.

Demorei para ir para o Instagram. No início do aplicativo só era possível quem tinha uma Iphone. Eu odeio coisas exclusivas porque acho que são excludentes. Ou inclui ou não faz.

Eu sei, é chatice minha mas não consegui aderir.

Aliás com o whatsapp foi igual. Baixei o aplicativo porque meu irmão insistiu e argumentou "você é a única da família que não tem ainda";  e isso era 2013 quando a maioria das pessoas que eu conhecia já usava o aplicativo menos eu.

E estava tudo bem, eu mantinha conexão com as pessoas por email, telefonemas e mensagens no celular (SMS). Ainda hoje não vejo a necessidade de estar conectado 24 horas por dia, 7 dias da semana. 

Agora me dei conta que dá mesma forma que o Facebook está morrendo (ou morreu para alguns) o Instagram (IG) segue o mesmo caminho. O que será que acontecerá? Será que teremos um tempo para fazer uma cópia por garantia, será que poderemos guardar tudo, incluindo os comentários das fotos? Ou do nada tudo sumirá? Muitas dúvidas.

Estou no IG desde março de 2015 e já postei mais de mil fotos. 
Exagero? Talvez. Não sei.

Algumas fotos geram reflexões, outras são totalmente pessoais. Lá é um recorte do recorte da vida.
Não sei se aqui é diferente?

E não sei se faz algum sentido ainda voltar para cá?

Pensei em recomeçar a escrever me apresentando até porque a Graziela que começou esse blog em 2006 já não é mais a mesma da Graziela de 2020.

Meu Deus, quanto tempo!!! 

Então... acho que a crise dos 40 bateu forte também principalmente depois de janeiro de 2019 quando minha prima 3 anos mais velha do que eu faleceu.

Eu pensei "a próxima sou eu". Foi ali que eu entendi a sensação da minha avó quando meu avô faleceu. Ela é a pessoa mais velha da família agora e deve ter batido um desespero.

Elaborar esse luto também me consumiu por meses. Cresci com minha prima, eramos quase irmãs. Convivemos por 26 anos e um muito do que sou é graças a ela. Tem dias que ainda não parece real.

Passei de janeiro do ano passado até agora pensando "Quem sou eu?" depois daquela perda. 
A minha dor não chega perto da dor da minha tia, muito menos das minhas primas - filhas dela.
Mas a vida é isso... um desafio, o ir e vir, o nascer e o morrer. 

Então eu sou a Graziela, esse ano completo 43 anos em outubro. Sou mãe de um menino que está com 12 anos, sou professora de educação infantil, adoro ler livros, pular corda, sorvete de morango e se pudesse gostaria de ter um balanço perto de casa para eu ir balançar todos os dias. Tenho cabelos cacheados e adoro eles. Uso óculos de graus desde os 6 anos, graças a minha professora do Pré que descobriu que eu tenho miopia mas isso não me incomoda, me incomodou muito mais usar aparelho ortodôntico para consertar meus dentes. Foram longos 5 anos com aqueles ferrinhos na boca.

Adoraria falar mais de mim mas não sei. É difícil. Continuarei tentando. Como continuarei tentando escrever aqui semanalmente.

Prazer, essa sou eu pelo olhar do meu filho.
Outubro/ 2019
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