E de repente o mundo está diferente.
Diferente de tudo que conhecemos;
Diferente de tudo que vivemos até agora;
Diferente do que "achavamos" que era o correto.
Pela primeira vez na minha vida, estou vivendo em uma pandemia.
O mundo.
Presta atenção: não é o Brasil, os Estados Unidos...ou a China lá longe.
É o MUNDO. O PLANETA INTEIRO está vivendo uma pandemia.
Significa que de repente algo muito forte afeta milhares de milhões de pessoas.
Muitas adoecem, centenas morrem. Tudo é muito novo.
O vírus já era conhecido mas nunca fez o que está fazendo.
Além de tudo gera MEDO, ANGUSTIA, INCERTEZAS.
Gera também BRIGAS, ROUBOS e de repente escancara algo que sempre existiu no mundo mas poucas pessoas queriam e querem olhar: a DESIGUALDADE.
Como dar conta disso tudo?
É tudo muito intenso que chega a faltar o AR, Sufoca, causa tosse, insônia e medo. Eu já disse medo.
Não existe mais grupo de RISCO, todos corremos RISCOS, muitos.
Tudo começou em dezembro mas não acreditamos que chegaria até nós mas chegou.
Meu filho está em casa desde o dia 17 de março. A principio voltaríamos para a escola dia 13, após a Páscoa. Não voltaremos mais nesta data. Talvez somente dia 04 de maio, se tudo estiver mais calmo até lá. Não dá nem para falar de "tudo mais normal".
Acho que nunca mais voltaremos ao normal. O que era o normal?
Me preocupo com a saúde mental dele. Preso dentro de um apartamento pequeno, sem quintal, só nós.
Provavelmente estou sendo egoísta porque "pelo menos temos um lugar para morar". Eu sei. Porém me dói dá mesma forma.
O que tudo isso vai nos ensinar? Não sei.
Iremos mudar? Não sei mas gostaria muito que cada um colocasse a mão na consciência e repensasse suas ações.
Agora é hora de pensar no COLETIVO (no todo) e não somente no EU (indivíduo).
Tenho medo mas tenho esperança, não sei explicar só sei que no meio disso tudo, consegui voltar aqui.
E você como está?
Continuo postando no Instagram, quem quiser pode me acompanhar por lá https://www.instagram.com/gra_flower/ (demorei para aderir e quando fui em 2015 já existia o perfil graflor, aí perdi. faz parte da vida e tive que usar uma palavra em inglês para representar meu sobre nome.)
"Não-saber"... essa é uma palavra, um conceito, uma mente, uma emoção, realmente não sei definir esse não-saber mas acredito que estamos nele. Respostas certeiras não há e assim ficamos num campo aberto de possibilidades.
ResponderExcluirÉ um campo muito fértil mas precisamos olhar, contemplar, refletir e querer mudar.
Eu realmente acredito que é tudo muito intenso para apenas voltarmos à normalidade.
Porém admito ser pessimista: não estou acreditando que, como coletividade, sairemos melhor. Transformações individuais, nessas eu acredito, mas na força que ganhamos, que a vida nos deu através de um vírus para fazermos enormes ajustes na maneira coletiva de viver - economia principalmente, desigualdades - acho que estamos perdendo forças e a possibilidade. Quero estar enganada e poder voltar aqui e celebrar algo novo.
Júlia também já vai para quarta semana em casa, num apartamento sem quintal e com um réstia de sol num canto perto da parede. Marido na linha de frente do atendimento e sendo SUS não vou me estender para falar em equipamentos de proteção individual.
Correm boatos por aqui que as aulas voltem em agosto ou setembro... Júlia tem aulas online em tempo real seguindo como estava na escola, inclusive os tempos de intervalo. Conteúdo completamente em dia, afinal Enem, vestibulares... E a rede pública que ainda nem começou com aula por vídeos??? Mais um ciclo de desigualdades nascendo?
Um pedacinho bom de tudo isso é ver muita gente retornando aos blogs! Volte mais aqui nesse cantinho Gra! Tão bom papear aqui. Gosto do insta; me entristece não ver ninguém de lá, aqui.
Enfim, façamos a melhor Páscoa possível, com o significado essencial dela - renascer o amor.
beijo!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir