sexta-feira, 29 de maio de 2015

29 de maio


Meu pai com 26 anos (nov. 1959). Se hoje estivesse vivo completaria 82 anos. Que saudade. {como ele era lindo quando jovem. essa foto eu encontrei na Espanha na casa do meu tio, foi a primeira foto que meu pai mandou para a família depois que chegou no Brasil}.

Confesso que hoje não estou triste, ele me fez tão feliz mas sinto saudade e muita. 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Amizade virtual é real?

Amizade virtual existe? Tem cheiro, cor, é de comer, tem começo-meio e fim e etc, etc, etc?

A Ana Paula nos convidou para falar sobre esse tema e como faz tempo que eu não participo de uma BC (blogagem coletiva) vou tentar colocar em palavras o que eu sinto.

Falei tentar porque tem coisa que e´muito difícil fazer usando somente palavras.

Tem amigos que eu gostaria de olhar nos olhos novamente, dar um abraço, ouvir a voz, pegar na mão, comer a comida que ele prepara, ouvir as histórias sem fim e sem pé nem cabeça, rir juntos entre tantas outras coisas.

Existe amizade virtual? Acredito que sim mas ela tem uma "configuração" (ou um acordo/ contrato) diferente das amizades "reais".

Coloco reais entre aspas porque a amizade virtual também é real só que é diferente e como não encontrei outra palavra para distinguir virtual e real, fica essa mesma.

Acho que a maior diferença está na empatia que rola ou não ao conhecer alguém. E com as amizades virtuais essa possibilidade não existe.

Infelizmente nesses anos que ando pelo mundo dos blogs já vi tanta coisa estranha, por assim dizer. Já acompanhei casos de pessoas muito doentes (mental e fisicamente falando) tão doentes a ponto de forjar gravidez, doença de filho, morte de mãe, fazer vaquinha para realizar tratamentos e no final era tudo mentira entre tantas outras coisas não muito agradáveis da qual o ser humano é capaz. 

E sabe por que?

Porque por trás de uma tela podemos ser o personagem que quisermos, que bem entendermos, que desejamos e criamos. 

Posso ser uma mulher linda, fodástica em tudo que faço, a melhor esposa, uma mãe espetacular e estar sentada sozinha no sofá chorando as pitangas com um pacote de porcaritos em uma mão e um copão de coca na outra e dizer ainda que sou a mais saudável do mundo.

Posso ser um homem escrevendo com a sensibilidade de uma mulher para conquistar muitos amigos e amigas, comentários, visitas na minha página e ganhar direito sem dizer a verdade sobre quem eu sou.

Posso ser tudo e nada. 

E como na vida real posso sumir sem deixar rastros, pistas ou nem mesmo dizer tchau.

Posso ser um herói e a vitima também. 

Posso ser boazinha ou bem ruim, se assim eu quiser.

Agora na vida real amigão, você pode até tentar ser tudo isso mas um dia a máscara cai. Um dia você é deixado de lado sem nem perceber, um dia você vai pagar as consequências dos seus atos.

Eu adoro olhar as pessoas nos olhos >as amizades virtuais não permitem que esse momento tenha vida< e tem gente que não consegue olhar nos olhos, desvia o olhar. Para mim isso é um sinal de alerta. LUZ VERMELHA, FICA ATENTA.

Não posso negar que o blog permitiu que eu conhecesse muita gente legal, muita mesmo. Pessoas que se despiram  da tela e se mostraram como elas realmente são. Sou muito feliz por isso pois foram pessoas que de alguma forma sempre me ajudaram (me ajudaram a pensar sobre mim, em momentos desafiantes, momentos alegres, momentos bem turbulentos na minha vida). Sou muita grata a todas as pessoas que de alguma maneira gostam de mim pelo que eu sou aqui, pelo um "pentelhesimo" do que eu dou de mim nas minhas palavras sem nem me conhecer ao vivo e a cores.

E adoraria conhecer muita gente que eu leio. 

A vida tem me proporcionado momentos assim, poucos mas possíveis e eu só agradeço porque é delicioso encontrar a pessoa, olhar nos olhos, ver o sorriso, ouvir a voz. Eu passo a ler o blog de outra forma ouvindo a voz da pessoa a cada linha (sim sou louca pode dizer rsrs viu isso você não sabia de mim).

Sei que hoje tem várias formas de se fazer presente e dizer: oi eu existo mesmo mas nem todos querem. Eu, por exemplo, não gosto de vídeo e não sei se algum dia gravarei um mas é uma saída. Gosto muito dos encontros entre amigos, blogueiros com assuntos em comum ou não pois é uma oportunidade de você ver/ ouvir/ sentir e perceber que aquela pessoa está lá de carne e osso e ultrapassa o que você imaginou; e não estou falando de atribuições físicas não.

Para fechar que esse post está enorme de grande como diz uma amiga minha, eu sinto saudade de alguns amigos que já não estão tão perto, amigos e nem digo se reais ou virtuais somente amigos.

No fim das contas amigos são amigos.






quarta-feira, 20 de maio de 2015

Li: "A filha do escritor"

Saímos de casa as pressas e deixei sem querer minha lista com o nome de alguns livros em cima da mesa. Só me dei conta quando já estava lá.

Nem por isso desanimei em tentar lembrar de algum título. Nada. Minha memória não me permitiu. Comecei a olhar as prateleiras cheias de livros, fui visualizando as lombadas, nomes desconhecidos e de repente um me chamou a atenção, a capa me fisgou. Não conhecia o autor e nem tinha ouvido falar do título.

Para minha surpresa foi uma leitura deliciosa daquelas que te prende, te instiga, muito bem escrita, toda amarrada, te convence e só no final o desfecho aparece.

Voltei no tempo relembrando as histórias que vivi em um hospital psiquiátrico durante o ano que fiz estágios para a faculdade. Tudo, absolutamente, tudo retornou: os cheiros, as músicas, as vozes, as experiências, as voltas silenciosas para casa, as supervisões tensas e as vezes desconectadas, as dores - todas elas.

A história de Lívia, Joaquim, Machado se truncam, se misturam, fazem presente. Adorei o livro e quero ler mais livros do autor mesmo sem saber se segue o mesmo estilo.
Diz pra mim se essa capa não é linda♥ ?

"Se ainda assim continuarmos olhando atentamente para o nosso próprio reflexo, acabamos vendo algo parecido com um monstro. Se ainda assim continuarmos olhando mórbida e atentamente para o nosso próprio reflexo, podemos passar para o outro lado e nos tornarmos o monstro que estávamos vendo."  (Isso é muito forte e adorei a forma clara como ele colocou!)

"...Não tinha vida social, não tinha amigos, apenas livros, muitos livros. Parecia não incomodar ninguém com sua mania de livros, até que aos poucos a loucura foi se instalando." 

Livro: A Filha do Escritor
Autor: Gustavo Bernardo
Editora: Agir
ISBN.: 9788522009718 

Mais informações aqui.

Li esse livro em fevereiro e estou tentando cumprir meu objetivo literário de ler no mínimo doze livros de autores brasileiros em 2015. Espero conseguir.

**********
Sinopse: Uma bela paciente numa clínica de doentes mentais. Um médico acostumado a lidar com as dores físicas e da alma de seus pacientes aos poucos vê que essas também se tornam suas. Seria seu diagnóstico imparcial ou a atração por aquela que se diz filha de Machado de Assis o que influencia? Um romance tocante, no qual um homem vê-se reduzido e enredado entre os limites da doença psiquiátrica e da memória que reconstrói e transforma a realidade.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O que você gostaria de saber?

Quero voltar a escrever de forma regular no blog. Para alcançar esse objetivo pedi ajuda aos amigos e perguntei o que eles gostariam de saber ou o que gostariam que eu escrevesse sobre. 

Apareceram duas linhas de perguntas:
1) dos amigos que estão longe;
2) dos amigos que estão no Brasil.

São perguntas distintas mas igualmente interessantes. Aproveito para fazer a pergunta aqui também e pedir ajuda: me ajuda a escrever posts que você gostaria de ler; então o que você gostaria de saber sobre/ de mim?

Só não quero comentar sobre política ou religião do restante fiquem a vontade. 

Estou perguntando por aqui também porque tem muita gente que me acompanha há alguns anos, viveu comigo a nossa mudança e acho legal ter essa abertura com todos.

Vou conseguir responder todo mundo? Não sei mas tentarei. Já anotei as perguntas e juntei os assuntos comum, com isso tenho assunto para alguns posts.

Uma pergunta que apareceu mais de uma vez foi: Valeu a pena?

Tudo bem que a pergunta não está muito clara mas respondo de forma simples: valeu muito a pena ter ido embora do Brasil, aprendi, cresci, vivi coisas que provavelmente não viveria se continuasse aqui. AGORA se valeu a pena voltar para o Brasil... Desculpa amigos mas eu não sei ainda. Infelizmente não posso responder muito bem essa pergunta, quem sabe dentro de um ano ou dois conseguirei respondê-la melhor.

A saudade ainda é grande. Muitas vezes me pego perguntando milhões de vezes na minha cabeça: pra que, por que voltamos, p-o-r-q-u-e? Tem coisas que ainda não entendo ou não quero entender. Mas o tempo dirá.

A experiência de morar fora do seu próprio país é algo totalmente subjetivo. Não sei se é possível dizer com toda certeza "vai, que vai ser muito bom". Uma coisa é certa: sair da nossa zona de conforto não é fácil mas depois da fase inicial, do susto, da empolgação é delicioso perceber o quanto você é corajoso, o quanto é possível se adaptar a coisas que nunca imaginamos (frio demais, calor demais, passar sem aquela comida maravilhosa entre tantas outras coisas).

O mais surpreendente é perceber que tem muita coisa legal para viver, descobrir, explorar fora do mundo que nós conhecemos. Fora daquele mundo que nós criamos. Existe pessoas boas em todos os lugares e estar aberta as novas amizades é muito positivo. De repente você se dá conta que está construindo uma nova família, uma família que você escolheu e que também te acolheu.

Sinto muito saudade da família de amigos que nós escolhemos e fomos escolhidos por eles e que agora estamos distantes e também dispersos pelo mundo; cada um em um lugar. 

Então quem quiser perguntar algo fique a vontade. E muito obrigada pela ajuda.

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