quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Generosidade do Brasileiro #1

Um mes antes da data marcada da minha viagem ela se ofereceu para nos buscar no aeroporto.
Eu insiste que nao precisava, nao queria incomodar, ainda comentei que pegariamos um taxi ali no aeroporto mesmo.
Ela, pacientemente, me explicou que os taxis nao sao muito confiaveis, que nao era muito seguro tentar marcar com eles antes porque geralmente nao apareciam.
Eu, que nao conhecia a cidade, preferi nao arriscar e aceitei a ajuda.
No dia e hora marcado ela estava la', nos esperando, com um sorriso no rosto, um abraco apertado e que alivio que foi ver uma carinha conhecida em um lugar desconhecido.

Abracos, olhares, sorrisos. Pega mala poe no carro, tira mala e sobe com elas, pesadas, no elevador. 

Ela que alem de paciente, carinhosa, educada e' muito generosa. Nao precisava mas ela quis fazer um carinho a mais, pensou em nos, nos detalhes e nos presenteou com uma linda caixa. 

Eu fiquei sem palavras, sem acao e so' conseguir dizer: "Muito obrigada de coracao".

Na caixa um kit de primeiros dias com uma garrafa de agua, papel higienico, frutas,  umas bolachinhas e uma plantinha que esta' crescendo lindamente por aqui. 

O Brasil e' enorme e a generosidade de algumas pessoas e' proporcial ao tamanho do pais.

Ela nao precisava fazer isso mas fez porque quis.

Thais muito obrigada de novo.


Thais e' artista, mae, empreendedora e muito mas muito caprichosa. Saiba mais sobre o que ela faz no Santo Atelie.

* Este e' o primeiro post de alguns que pretendo escrever sobre a "Generosidade do Brasileiro" porque tem muita gente do bem me ajudando. Pessoas que me viram algumas poucas vezes e outras que nem me conheciam. 
Quero e estou focando no lado positivo porque no lado negativo ja' tem muita gente para tacar pedra e jogar a lama no ventilador.

sábado, 19 de outubro de 2013

Um pouco de Curitiba

* pelos meus olhos e e' so' um pouquinho do que eu vi ate' agora. Ainda ha' muito para visitar/ ver e conhecer.











Essa foto nao podia faltar e foi o Nicolas quem tirou na maquina dele com filme. Revelamos e eu tirei uma foto da foto porque ela ficou tao linda.

Aos poucos vamos "descobrindo" e se encantando com essa cidade tao linda do nosso Brasil.

sábado, 5 de outubro de 2013

Terceira semana e contando.

Contando, contando e contando.

Porque sou uma boba ja' que contar os dias ou semanas nao vai mudar em nada. Delimitar o tempo parece que torna a coisa mais palpavel, se e' que e' possivel.

Apesar da sensacao estranha que sinto, muitas vezes tenho a impressao que estou de ferias, logo, logo farei minhas malas e retornarei para minha casa, la' longe. Sei que isso nao acontecera', tento nao me iludir e viver aqui apesar dos pensamentos estarem mais por la', por enquanto.

Sair da zona de conforto e' dificilimo. Conseguir fazer uma lista enorme de pontos positivos de algo so' para se manter ali, firme e forte, agarrados no nosso mastro/ time/ equipe, e' facil. Aquele velho ditado nunca foi tao verdadeiro: "em time que esta' ganhando nao se mexe". 

Se esta' tudo bem para que mexer?

E a pergunta que fica no ar e': esta' tudo bem? Ate' que ponto e para quem esta' tudo bem?

A decisao de ir/ vir/ ficar nao e' uma decisao facil. Nao foi uma decisao facil para nos. O X da questao e' que quando nos juntamos e  formamos uma familia tudo mudou. Nao e' mais somente EU, o que eu quero e pronto. Somos nos.

Pesar os pontos positivos e negativos de morar longe foi um exercicio semanal. Foram horas e mais horas de longas conversas. 

Em 2003 quando decidi sair do Brasil sempre tive em mente que em dois anos eu voltaria. Nunca, jamai,s passou pela minha cabeca ficar fora mais do que isso e eu sabia que era por um tempo determinado e nao para sempre. Relembrar esses detalhes me ajudou a me situar na situacao de voltar.

O que mais pesou para nos foi a falta da familia. O Paulo pertence a uma familia grande, e' o cacula e sente muita mas muita falta da familia dele. Eu, conforme fui perdendo pessoas queridas e muito amadas fui perdendo um pouco a alegria de estar longe. Ate' porque quando eu decidisse voltar ja' nao teria mais como recuperar o tempo "perdido" com quem nao esta' mais proximo.

Ao mesmo tempo depois que meu pai faleceu, a minha voltade de voltar ao Brasil diminuiu um pouco. Eu nao conseguia imaginar chegar no aeroporto e nao encontra-lo. Tanto que nem fui direto para Sao Paulo, so' passamos e foi tao corrido que nem percebi que estava em Sao Paulo.

Privar o Nicolas do convivio com os avos, tios, primos, amigos queridos e de longa data tambem nos deixava muito triste. E como, infelizmente, nao conseguiamos vir para o Brasil todo ano, a melhor solucao foi  voltar.

Se voce me perguntar hoje se estou bem? Sinceramente ainda nao sei.

Como disse em outro post, aqui (Brasil) e' tudo muito intenso, estamos na fase de adaptacao que pode durar um mes, tres meses, seis meses, um ano ou anos. Nao sei, de verdade.

Gostaria que algumas coisas fossem mais faceis e menos caras? Adoraria mas nao sao. Entao e' arregacar as mangas e batalhar, de novo, como sempre foi.

O Brasil mudou? Nao sei tambem e ainda, o que sei e' que eu mudei. 

A vivencia que eu tive na Espanha e em Londres me transformaram. A maternidade me transformou, me tirou do meu lugar de sossego, do meu egoismo, da minha infantilidade, me fez perceber que o mundo nao gira em torno do meu umbigo, me mostrou a fragilidade da vida, me deu um cutucao tao grande que eu percebi o quanto eu preciso me cuidar, me amar e estar bem para poder passar tudo isso para meu filho. Minha vida nao percente somente a mim mais.

***
Talvez esse post nao diga absolutamente nada para quem le e acompanha o blog mas ele estava meio entalado na garganta, tava doendo no ouvido, martelando na cabeca. Talvez seja porque o que eu mais ouvi nesses ultimos meses foi  "voces sao loucos de voltar", "quando todo mundo quer ir embora, voces estao voltando" e a pior melhor "voces vao voltar (para Londres), pode escrever ai".

Volto a dizer o que ja' disse e sempre comento: Nao importa aonde voce esta' mas como voce esta'. 

As oportunidades existem em todos lugares resta a nos sabermos aproveita-las.

***
Ver a cara de felicidade do Nicolas ja' deixa meu coracao mais calmo.

E nao, nao estou fazendo nenhum sacrificio por ele ou pelo Paulo, vim de livre e espontanea vontade. Lembro que doeu muito mais deixar o Brasil em 2004 do que deixar Londres em 2013 mas Londres tem um lugar especial no meu coracao, para sempre. E a vida segue.

Nicolas e a bisa.
Bisa =  minha avo', minha maezona.
Que alegria foi ve-los juntos (novamente)!


Pedacos da minha vida que agora tambem fazem parte da vida dele.



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