sábado, 27 de dezembro de 2014

Planos para o futuro.

Não tenho. 
Não tenho planos para o futuro.
Tenho sim uma carta que abrirei daqui alguns anos e que fiz em 2012 e só.

Férias mais final de ano/ começo de ano novo tudo isso junto as vezes me deixa um pouco depressiva. Essa ânsia de que temos que fazer, temos que ser, temos, temos e temos. Eu não tenho que nada, eu só quero viver, bem de preferência e se for possível.

Esse ano me fez pensar em milhões de coisas e rever outras tantas. Tentei me ver em algumas situações e não consegui; no meio disso tudo tentei me respeitar e seguir as regras quase, quase mesmo por um tris não surtei feio. Surto daqueles que a pessoa sai amarrada na camisa de força sabe? Então foi tudo tão desafiador, intenso e cansativo assim.

Nunca, jamais, em momento algum sonhei que nossa volta seria dessa forma. Claro que eu sabia que seria difícil até porque tanto tempo fora faz a gente sair um pouco da realidade, perder um pouco das questões culturais que sempre estiveram tão presentes.

Mas e agora, como será? 

Eu me pergunto isso diariamente.

Começarei minha peregrinação por emprego tudo de novo na esperança que esse ano será mais fácil do que o ano passado.

Tentarei, novamente, reencontrar os amigos com mais frequência (como é complicado conseguir acertar todas as agendas).

Vou atrás para fazer um curso ou dois, não sei ainda.

Mas o que eu mais quero mesmo é estar mais perto do meu filho. Não quero ser a mãe do final de semana, não quero vê-lo uma hora de manhã e outra a noite. Não consigo mais.

Muitas vezes me pergunto: Por que, pra que tudo isso que estamos passando?

Eu sei e tenho consciência que nada na minha vida foi fácil. Comecei a trabalhar muito cedo, me esforcei para continuar estudando e não deixar o cansaço me vencer, não desisti do meu sonho. Consegui concluir o primeiro, segundo e terceiro grau junto com alguns cursos paralelos que me ajudaram muito.

Sempre tive o  apoio da minha avó e dos meus pais mas era mais um apoio moral; eles nunca sentaram comigo para estudar ou me deram bons livros para ler. Foi bem no "se vira que você não é quadrada" e ponto.

Muitas vezes não acredito no tudo que eu consegui. Lembro da alegria que foi entrar em um avião pela primeira vez em 2002 com o grupo de coordenadores e diretores e seguir para a Espanha. Que satisfação aprender tudo o que aprendi e vivi naquela semana. Depois em 2004 outro avião só que sozinha mudando todo o ruma da minha vida. 

Espanha - Londres - Brasil.

Quanto aprendizado. Quanto banheiro limpei, quantas vezes abaixei a cabeça e respirei fundo pensando "vai passar, vai passar, vai passar".

Nunca achei que aguentaria tanto. Como chorei, como suportei coisas que nunca imaginei na minha vida mas superei, com a ajuda do Paulo e só. Não tivemos o apoio de ninguém ao contrário durante um bom tempo nós que éramos os apoiadores por isso não podíamos nem pensar em jogar a toalha.

Por já ter passado algumas dificuldades muitas vezes me vem essa angústia sem motivo e me pego pensando: por que?

Por que tanta dificuldade? Por que tanta humilhação, de novo? Por que tanta solidão? Por que tanta provação? 

Sei que não adianta ficar repetindo "tá difícil" porque não mudará nada. Seguirei dizendo "tentarei de novo e de novo e novo" mas que tá f***a, tá!

Continuo com o mantra "vai passar, vai passar, vai passar" uma hora passa. 
Tenho fé. 

Ah! Não tinha porque eu publicar esse post mas também não tinha porque não. Aqui é um canto onde também faço meus desabafos e viver no Brasil é lindo mas nem tudo são flores como pintamos quando estamos longe (apesar de que nunca pintei esse Brasil assim) tem os espinhos também, é preciso lembrar deles, os espinhos.


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